quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Vamos à LUTA


Temos estado a perder de ano para ano aquilo porque fomos lutando desde 1976, 1981 , 1989, 1990. O nosso silêncio tem permitido que nos tratem com indignidade e descaso. Têm-se agravado as nossas condições de trabalho, o nosso poder de compra (como o dos portugueses) tem sido delapidado, milhares de enfermeiros estão no desemprego e constam das listas das BOLSAS DE EMPREGO do ministério da saúde e de empresas desreguladas , que mais não são que armazéns de stock, onde se perdem mais valias num país em que cada vez mais se necessita dos CUIDADOS DE ENFERMAGEM a todos os níveis.


Temos serviços à míngua de recursos humanos de ENFERMAGEM , quando o desemprego na CLASSE aumenta e tende a aumentar. Temos cada vez mais Jovens a concorrer aos CLE sem que o governo tome medidas sérias e que têm, malgrado , as portas das instituições públicas e privadas de saúde fechadas . Fazemos horas extras que não são pagas (haverá excepções) ; Temos uma profissão de risco em que a penosidade de exercício e o desgaste são acentuados; temos um impasse nunca visto no que diz respeito a uma Carreira de Enfermagem . Somos os únicos licenciados que desde que a licenciatura foi reconhecida , temos estado à margem do que seria previsto.


Temos Enfermeiras e Enfermeiros que se desdobram em múltiplo emprego porque não recebem o justo salário face ao pressuposto da Licenciatura e das condições do exercício; temos vindo a perder AUTONOMIA e VOZ nos mais diversos sectores da saúde. Temos enfermeir@s com contratos da vergonha e que são pagos com salários indignos. E se alguém se lembrar de mais atentados à nossa dignidade de SERES HUMANOS e de ENFERMEIROS fique à vontade para acrescentar.COLEGAS em tempos de guerra não se limpam as armas. Os sindicatos uniram-se em DEFESA DA CLASSE. O Sindicato dos Enfermeiros -SE, o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem - SIPE, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses - SEP e o Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira - SERAM estão juntos nesta LUTA mesmo que alguns princípios tenham sido postos de lado. Mas os princípios diluem-se quando as metas são MAIORES e as METAS são ENORMES . Por isso , não se percam em divagações estéreis porque a hora é de LUTA e de UNIDADE . não continuemos como a avestruz que perante o perigo e a dificuldade esconde a cabeça debaixo da areia, à espere que passe....para nós ENFERMEIR@S já passou TEMPO DEMAIS e não dá para esperar mais. Desenganem-se aqueles que pensam na boa fé dos governantes porque o que se pretende é que o tempo CONTINUE A PASSAR sem que se vislumbrem soluções dignas .


Quando na mesa das negociações apenas as propostas dos sindicatos estão presentes, sem que os representantes do governo apresentem contra propostas para esta negociação , ONDE ESTÁ A BOA FÉ ? Quando o governo tenta boicotar os SINDICATOS com a ameaça de suspender as negociações face a um PRÉ-AVISO DE GREVE , ONDE ESTÁ A BOA FÉ ? Esta Unidade dos SINDICATOS estará a perturbar o Ministério da Saúde? O Pré aviso de greve saiu dia 17 de Setembro....não há meio termo. A aprovação do MDP foi dia 18 de Setembro. Coincidência? Ou BOA FÉ do Ministério da Saúde?Estamos no mesmo barco nesta luta. AGORA NÃO HÁ DESCULPAS para não LUTARMOS.QUE MAIS QUEREM COLEGAS? CONTINUAR A ACREDITAR NA BOA FÉ ? Até agora a desculpa era o facto de os SINDICATOS estarem a remar em sentido contrário: AGORA NÃO TÊM ESSA DESCULPA.SINDICATOS e OE eram acusados de nada fazem pela ENFERMAGEM . Agora estamos no mesmo lado nesta LUTA.


NÃO HÁ DESCULPA.Mas os CONTRATADOS arranjaram forma de se porem à margem nesta luta que é também DELES com a desculpa de perderem o subsídio de assiduidade. Leiam os Acórdãos Jurídicos sobre a matéria no site do SE ou procurem informar-se junto dos SINDICATOS ONDE ESTÃO SINDICALIZADOS OU NÃO. Não perdem....NÃO HÁ DESCULPA.Temem os Contratados e outros não contratados; as chefias dizem aos contratados que não PODEM ADERIR À GREVE? PODEM SIM a LEI É CLARA.


CAPÍTULO II Greve Artigo 591º Direito à greve 1 - A greve constitui, nos termos da Constituição, um direito dos trabalhadores.2 - Compete aos trabalhadores definir o âmbito de interesses a defender através da greve.3 - O direito à greve é irrenunciável. Podem fazer greve todos os trabalhadores, incluindo os da Função Pública (artigo 591º do Código do Trabalho (CT) e artigo 5º al. d) da Lei nº99/2003, de 27/8 – Lei que aprova o CT). Por outro lado, não é admissível restringir o efeito legitimador do direito à greve aos trabalhadores filiados no sindicato que a declarou, pelo que qualquer trabalhador inscrito num sindicato que não tenha declarado a


Greve, ou qualquer trabalhador não sindicalizado, pode aderir à paralisação decretada. Assim, podem fazer greve: a) Os funcionários, agentes e trabalhadores com contrato individual de trabalho sindicalizados;b) Os funcionários, agentes e contratados sindicalizados em outros sindicatos, ainda que estes não tenham decretado greve;c) Os funcionários, agentes e contratados sem qualquer filiação sindicalArtigo 593.o Representação dos trabalhadores 1 - Os trabalhadores em greve serão representados pela associação ou associações sindicais .Artigo 594.o Piquetes de greve A associação sindical ou a comissão de greve pode organizar piquetes para desenvolver actividades tendentes a persuadir os trabalhadores a aderirem à greve, por meios pacíficos, sem prejuízo do reconhecimento da liberdade de trabalho dos não aderentes.


Artigo 596.º Proibição de substituição dos grevistas1 - O empregador não pode, durante a greve, substituir os grevistas por pessoas que à data do aviso prévio referido no número anterior não trabalhavam no respectivo estabelecimento ou serviço, nem pode, desde aquela data, admitir novos trabalhadores para aquele efeito.É ilegal substituir os funcionários em Greve por quaisquer outros que, à data do Pré-Aviso de Greve, não trabalhem no respectivo serviço, independentemente de terem ou não vínculo à função pública (artigo 596º n.º1 do CT).2 - A concreta tarefa desempenhada pelo trabalhador em greve não pode, durante esse período, ser realizada por empresa especialmente contratada para o efeito, salvo no caso de não estarem garantidos a satisfação das necessidades sociais impreteríveis ou os serviços necessários à segurança e manutenção do equipamento e instalações (Cuidados Mínimos constantes do pré-aviso de greve) .


Artigo 597.o Efeitos da greve 1 - A greve suspende, no que respeita aos trabalhadores que a ela aderirem, as relações emergentes do contrato de trabalho, nomeadamente o direito à retribuição e, em consequência, desvincula-os dos deveres de subordinação e assiduidade. Comunicação de adesão à greveOs funcionários, agentes e contratados não estão legalmente obrigados a comunicar aos serviços por forma expressa a sua adesão à Greve.Comparência ao serviçoOs funcionários, agentes e contratados em Greve não têm necessidade de comparecer ao Serviço. Nos serviços não abrangidos pela obrigatoriedade da prestação dos serviços mínimos, se todos os funcionários, agentes e contratados do mesmo serviço aderirem à Greve, deverá o serviço encerrar. É ilegal a acção de qualquer autoridade contra os grevistas.2 - Relativamente aos vínculos laborais dos grevistas, mantém-se, durante a greve, os direitos, deveres e garantias das partes na medida em que não pressuponham a efectiva prestação do trabalho, assim como os direitos previstos na legislação sobre segurança social e as prestações devidas por acidentes de trabalho e doenças profissionais. 3 - O período de suspensão não pode prejudicar a antiguidade e os efeitos dela decorrentes, nomeadamente no que respeita à contagem de tempo de serviço.


O artigo 597º - 1º do C.T. refere que durante a Greve se suspendem as relacões emergentes do contrato de trabalho, interrompendo-se o vínculo hierárquico, pelo que os funcionários não devem obediência a ordens dos seus superiores ou de quaisquer entidades governamentais. Para além de não poder ser prejudicado na sua antiguidade, o trabalhador também não pode ser sancionado ou perseguido disciplinarmente pelo facto da sua adesão à Greve, nem pode sofrer qualquer discriminação em relação aos não grevistas (artigos 597º nº 3º e 603º do CT).


NÃO HÁ DESCULPASE NÃO NOS MANTIVERMOS UNIDOS E PERMITIRMOS QUE AS FALINHAS MANSAS E AS PRESSÕES VENHAM ELAS DE ONDE VIEREM , NOS DESUNAM. NÃO HÁ DESCULPA.E PORQUE NÃO HÁ DESCULPA VAMOS ADERIR À GREVE DOS DIAS 30 DE SETEMBRO E 1 DE OUTUBRO E À MANIFESTAÇÃO DO DIA 1 DE OUTUBRO mesmo que a alguns não agrade, mesmo que alguns sintam que tiveram de engolir sapos....NÃO HÁ DESCULPA.DESTA VEZ NÃO HÁ DESCULPAA ENFERMAGEM ESTÁ EM LUTA !!!!.......

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Enfermeiros nas Farmácias

O seguinte texto foi retirado da página do Sindicato dos Enfermeiros, e do blog Doutor Enfermeiro, não sendo da minha responsabilidade:
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O regime jurídico das farmácias de oficina, previsto no Decreto -Lei nº 307/2007, de 31 de Agosto, consagrou a possibilidade de as farmácias prestarem serviços farmacêuticos de promoção da saúde e do bem-estar dos utentes.
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Artigo 2.º
Serviços farmacêuticos
As farmácias podem prestar os seguintes serviços farmacêuticos de promoção da saúde e do bem-estar dos utentes:
a)Apoio domiciliário;
b)Administração de primeiros socorros;
c(Administração de medicamentos;
d)Utilização de meios auxiliares de diagnóstico e terapêutica;
e)Administração de vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação;
f)Programas de cuidados farmacêuticos;
g)Campanhas de informação;
h)Colaboração em programas de educação para a saúde.
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Artigo 3.º
Requisitos para a prestração de (tais) serviços
1 — Os serviços referidos no artigo anterior (os tais) têm de ser prestados nas condições legais e regularmente e por profissionais legalmente habilitados.
2 — Para a prestação dos serviços previstos nas alíneas b), c), d) e e) do artigo anterior, as farmácias devem dispor de instalações adequadas e autonomizadas.

Basta saber ler: "Os serviços referidos no artigo anterior têm de ser prestados nas condições legais e por profissionais legalmente habilitados".

Mas também é preciso ter alguma sorte.
No DN de 29-08-2008 e sob o título: "Ordem quer Enfermeiros nas farmácias" pode ler-se:
"Consenso.
Bastonária defende a criação de orientações conjuntas.
-(Por que não recorrer à estratégia de cada macaco no seu galho?)
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, MAS, vai propor à Ordem dos Farmacêuticos que as farmácias [contratem enfermeiros para administrar as vacinas nas farmácias]. A bastonária tem conhecimento que a ANF e a OF vão dar cursos aos farmacêuticos, mas considera que [estas competências não se adquirem em horas e sem treino suficiente], garante"....
- Sobretudo são ilegais, senhora Bastonária!!!
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Mais adiante: "Vamos retomar o contacto, já na próxima semana de forma a encontrarmos uma posição conjunta". Para a bastonária "esta é uma tarefa que, do ponto de vista histórico, sempre foi incumbência dos enfermeiros".
Não gostamos deste tom e desta proposta, que dá a impressão que a Ordem dos Farmacêuticos ainda tem alternativa, para cumprir a portaria que autoriza as farmácias a fazer a vacinação fora do plano nacional das vacinas (PNV). Basta à Ordem dos Enfermeiros a exigência de cumprir e fazer cumprir a lei, que não dá lugar a "consensos", mas sim; a "sensos", pois é do "senso comum", ou "bom senso" que os injectáveis e a sua responsabilização legal de ministração são da esfera dos Enfermeiros a qual a respectiva Ordem tem obrigação estatuária de impor como fazem as outras Ordens, "caramba"!
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Fica-se com a impressão de que a OE não conhece o desenfreado e descarado "curandeirismo" que as farmácias praticam, obviamente perpetrado por incompetentes, inabilitados, ilegais.
Também parece desconhecer quem são os enfermeiros, ávidos de qualquer coisa, que já estão a ministrar cursinhos a ajudantes de farmácia. Nós, que não temos as obrigações da OE, nesta área, sabemos circunstanciadamente os autores destas execráveis práticas.
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Até sabemos que, há bem bom pouco tempo, ainda a OE, com aquela "clarividência crepuscular" a que os seus directores nos habituaram, ameaçava que: exercer a profissão nas farmácias era incompatível para a Enfermagem da OE, o que nos leva a outra suposição, ainda mais demolidora da profissão: estar a pedir, de chapéu na mão, à boa maneira servil, se não haverá um buraquinho, na farmácia para colocar alguns dos muitos milhares de Enfermeiros que a OE, com a sua leitura "rational", da coisa, ajudou a incrementar, fazendo crescer a onda dos desempregados.
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Temos de impor; não mendigar, através de hipotéticos consensos, o que temos o dever "deontológico" de impor.
Não gostaríamos de ter de moderar este servilismo endémico da OE a que os licenciados de enfermagem têm de estar sujeitos: é só azares!

sábado, 23 de agosto de 2008

Projecto em vista


Sou actual Vice-Presidente da Associação de Estudantes, e sendo eu aluno de enfermagem decidi criar no inicio deste ano lectivo um site com indicação de eventos de enfermagem próximos, tendo claro uma hiperligação para este blog também. Assim com esse site todos os alunos podem recorrer a material de estudo que vou por a disposição no site, assim como as últimas notícias de Enfermagem. Este site vai ser criado para o núcleo de Enfermagem e gerido por estes.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O Mundo Académico da Enfermagem ( Um dos artigos mais discutidos do momento do Doutor Enfermeiro)

Já imensos colegas me abordaram, preocupados, relativamente a este assunto - uma autêntica endemia. Arrisco-me a falar sobre ele, mesmo sabendo que este blog também frequentado por inúmeros não-Enfermeiros.
Nos anos mais recentes (e não só), a grande maioria dos académicos e da produção de trabalhos de investigação, versa apenas sobre uma das múltiplas dimensões com que a Enfermagem está relacionada: o âmbito psicossocial! Mas, aparentemente, tem havido constatações que este enigma viral está também a deixar a sua marca nas escolas. O plano de estudos do Curso Superior de Enfermagem está a adoecer, vítima de um enviesamento tendencioso no ensino. Não será menos do que o "Cuidar" para o exercício profissional dos Enfermeiros, a farmacologia, a patologia, a microbiologia, a bioquímica, entre outras...
Para tristeza da classe, verifica-se que a maior parte dos alunos e profissionais recém-formados (assim como alguns Enfermeiros mais "velhos", é verdade!) têm conhecimentos científicos frágeis e pouco especializados em várias vertentes do saber. Quando questionados, a resposta é unânime: "a escola só fala em cuidar, cuidar, cuidar, cuidar e dedica pouco tempo a outras coisas".

Não menosprezando (ou minorarando) a importância do "Cuidar" na Enfermagem, penso que este radicalismo psicossocial (numa tentativa não muito sensata de demarcação do modelo biomédico) não é benéfico para a profissão. Existem outras estratégias e quer se queira, quer não, o conhecimento biomédico-farmacológico é inerente/indissociável à Enfermagem (e as novas exigências assim o ditam!). Em grande parte é o que os empregadores esperam de nós! Não só, mas também!
(O próprio Infarmed dispõe de fichas de notificação de RAM para Enfermeiros, o que pressupõe que as autoridades reconheçam os Enfermeiros como profissionais altamente habilitados em farmacologia (por ex. e falando neste caso em particular), ou não fossem os profissionais de Enfermagem os responsáveis pela preparação/administração/avaliação/vigilância no âmbito farmacológico)
É que quando um Enfermeiro que tem dúvidas relativamente à localização do cúbito, não sabe o que é uma agranulocitose ou não percebe nada de farmacologia... meus amigos, desculpem-me a frontalidade mas, alguma coisa anda podre.

É constrangedor quando numa situação de urgência, um médico pede "adenosina" ou um "lanoxin ev" e o Enfermeiro não sabe o que é... ou quando pedem, permanentemente, para traduzir nomenclaturas comerciais em DCI's (ou vice-versa), começo a deixar de ter fé...
(a terminologia DCI é relativamente comum entre profissionais, enquanto que no interface Enfermeiro/utente é mais usada a comercial, logo, pressupõe que um bom profissional conheça ambas - as próprias circulares normativas/informativas do Infarmed usam, como é obvio, a nomenclatura comercial)
Hoje apanharam-me mal disposto. Quando alguém, informalmente, me perguntou: "se leucopenia era aumento ou diminuição dos leucócitos" (denota falta de conhecimento da terminologia médica).... a "casa" veio abaixo...
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P.s. - Estupendo, foi há uns anos atrás, ouvir o Enf. Luís Batalha (hoje, professor na EsenfC - Coimbra; tese de doutoramento "Dor em pediatria: a sensibilização dos profissionais de saúde como contributo na melhoria dos cuidados") dissertar acerca da "dor" - ele era conhecimento científico exímio, ele era intervenção psicossocial, ele era perspectiva holística do ser humano.... enfim, bons profissionais são de referir. Já que se fala de Coimbra, não podia deixar de referir o Enf. Jorge Paulo Leitão (hoje, Enf-Director do CHC), pelo domínio assombroso da cardiologia/emergência e do ser humano multi-dimensional...
E como estes, poderia fazer uma lista por esse Portugal fora...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Salários dos Enfermeiros

Em vários Jornais (Metro e Global), a discussão sobre o salário dos Enfermeiros anda acesa....
Começou assim...
O apoio chegou desta forma...
A discussão continuou...
Mas o apoio manteve-se....

Todos os Enfermeiros aguardam uma carreira digna...!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

O Apoio da Ordem Existe. "Nao aos Paramédicos"


Tendo em consideração as notícias vindas a público nos últimos dias sobre a emergência pré-hospitalar, o Conselho Directivo da Ordem dos Enfermeiros, reunido hoje, vem, na defesa da segurança dos cidadãos, afirmar o seguinte:O transporte pré-hospitalar de socorro, sendo um serviço em que a proximidade com as populações é fundamental, não se compadece com a mera existência de viaturas de emergência. Isto significa que, além dos veículos, é necessário ter recursos humanos adequados - em número e em termos de formação - para a prestação de cuidados de socorro em segurança, que acautelem as necessidades dos cidadãos.A Ordem dos Enfermeiros (OE) defende, por isso, que dadas as características dos profissionais que actualmente prestam cuidados pré-hospitalares, não se justifica a existência de uma nova profissão ou grupo profissional (vulgo paramédicos) em Portugal. Isto não invalida que se invista na formação dos tripulantes de ambulância, uma vez que a melhor preparação dos mesmos significaria uma melhoria na complementaridade das respostas às necessidades das pessoas a socorrer.Para a Ordem dos Enfermeiros, as respostas às situações de socorro pré-hospitalar exigem não só saberes técnicos, mas também capacidade para avaliar cada caso e, tendo em consideração os protocolos existentes com o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes), actuar em tempo útil e com a máxima segurança. No entender da OE, os enfermeiros que trabalham em emergência são os profissionais que reúnem estes requisitos e que estão disponíveis, de imediato, a actuar no terreno.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Não, não é MENTIRA

Um colega anónimo deixou o seguinte comentário. Simples, mas complexo. Objectivo, mas tão difícil de compreender por alguns. Directo, mas com uma mensagem que tarda em ser recepcionada. Leitura obrigatória:
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"Ao longo dos anos os enfermeiros foram perdendo capacitação técnica e competências. As escolas incentivaram isso. A OE concorda.

Os enfermeiros professores das ESE sabem ensinar muito pouco, os alunos passam 4 anos a divagar sobre a problemática da enfermagem no mundo actual e a importância da higiene e blá blá blá...

Na actualidade e no tipo de sociedade em que vivemos, as pessoas contratam quem sabe fazer. No privado pagam mais a um fisioterapeuta ou a um terapeuta da fala do que a um enfermeiro... sabem porquê? Porque para os gestores privados esses técnicos geram mais dinheiro...e o trabalho das higienes (o apogeu da enfermagem, segundo os pseudoteóricos) é menos diferenciado. E de certa forma têm razão.

É trabalho diferenciado a supervisão e algumas higienes - agora todas?? Aproveitar a higiene para fazer umas mobilizações passivas? Contrata-se um fisioterapeuta que faz um programa de reabilitação...podia ser um enfermeiro? Podia. Onde estão os especialistas? Os enfermeiros passam o seu tempo a lavar doentes nas medicinas....para quê? Um professor de medicina ou mesmo de fisioterapia muitas vezes mantém a sua actividade profissional - opera doentes, reabilita, etc...Um professor de enfermagem devia fazer aquilo que apregoa - pegar num avental e ir a banhos....

Claro que nalguns casos os banhos deviam ser dado por pessoal mais qualificado (enfermeiro) agora em muitos casos, um auxiliar de enfermaria/AAM ou que quiserem chamar, sob supervisão de enfermeiros, e com alguma formação poderiam fazer. Assim era mais fácil ganhar mais, desempenhar funções mais diferenciadas, como por exemplo as mobilizações passivas...agora assim...epá o pessoal depois de um banho quer é dar o outro e o outro....é em série (tal AAM...) enfim...

Com a falta de médicos que existe no país os enfermeiros terem regredido funções é obra....e não é normal...Crescemos academicamente perdendo funções técnicas...O que interessa é o que se faz (agora se se é licenciado ou não...)!

Aliás, olhando para bolonha, para os outros países parece que regressámos ao Bacharel!!! Só que cá chamam licenciado! É mais chique...

Era muito bonito termos os doentes cuidados só por uma categoria de enfermeiros, licenciado, fazia-lhe a cama, dava comida, a higiene, tudo...mas em que país e em que mundo é que as pessoas vivem? Das duas uma ou se diminui o ordenado aos LICS enfermeiros ou se encontra outra categoria menos diferenciada de enfermeiros para os mais diferenciados ganharem mais...simples, ou talvez não...
a
Escusado seria dizer que concordo em absoluto. in Doutor Enfermeiro

quarta-feira, 26 de março de 2008

INACREDITÁVEL

Perspectivava-se uma conversa serena e off-the-record com um Administrador Hospitalar (em funções num Centro Hospitalar) - cujo tema versava sobre cumprimento dos direitos das várias classes profissionais - mas o rumo da mesma foi tomando destinados não planeados. Dizer-vos que fiquei atónito com os comentários relativos à Enfermagem, não é suficiente (mas não é o único). Numa filosofia de partilha, vou (tentar) reproduzi-los textualmente:

"Os Enfermeiros têm pouco interesse para os Conselhos de Administração, ao contrário dos médicos que são escassos e temos que cativá-los quanto mais não seja com bons salários, por isso nas reuniões de conselho nem se discute sobre Enfermagem. Não é necessário."

Mas, calmamente, prosseguiu:

"Pode ter a certeza que, nem que fosse pelo salário mínimo, teria sempre Enfermeiros para trabalhar"

"Não precisamos de pagar horas extra aos Enfermeiros, aliás, essa questão nem se coloca. Mas não é possível seguir a mesma política com a classe médica, somos mesmo obrigados a compensá-los"

"Os Enfermeiros não são valorizáveis. Não têm autonomia que lhes permita uma produção hospitalar independente"
a
"Imagine que tínhamos problemas com uma equipa de Enfermeiros... no dia seguinte apresentávamos uma equipa nova e estava feito. Lembra-se do exemplo de Vila Real?"

Sem surpresas, concluiu:

"A política educativa facultou uma avalanche de Enfermeiros que só ajudou os Conselhos de Administração - deixou de haver problemas com Enfermeiros. Nem sequer é preciso aliciá-los! Os técnicos de diagnóstico e terapêutica também. Deixam-me dormir descansado."

(Para quem não se lembra do "exemplo de Vila Real", que ficou conhecido em todo o país, fica aqui um refresh: quando a equipa de Enfermagem da UCI de Vila Real alegou falta de condições laborais e ameaçou pedir transferência em massa, o respectivo Administrador Hospitalar respondeu assim:
"ficaria mais preocupado se os médicos, que são quem trata os doentes directamente, me pusessem problemas, pelo contrário, é um serviço de excelência"
O caso foi dado a conhecer à Ordem dos Enfermeiros, que nada fez.)
a
E isto são apenas alguns excertos que retive, outros ficam por transcrever. Desta vez, nem teço qualquer comentário. Há que reflectir sobre as nossas estratégias profissionais (no âmbito pessoal e da classe). A verdade é só uma: enquanto gestores com este tipo de mentalidade e parca inteligência existirem, a saúde em Portugal não aprensenta bom prognóstico. O exemplo que veio do Reino Unido mostra bem porquê.
in Doutor Enfermeiro

quinta-feira, 20 de março de 2008

Importante REUNIÃO



Os últimos tempos têm sido férteis em acontecimentos que envolvem Enfermeiros. Vejamos:

1 - A Ordem dos Enfermeiros (OE), reflectida numa ligeira alteração de posição/discurso, alerta para a actual deficiente formação dos Enfermeiros. O Jornal Correio da Manhã é claro: "Formação piora nos Enfermeiros"!
A falta de "regulamentação e fiscalização" permitiu a degradação da mesma. Com pena dos profissionais de Enfermagem, a OE, como entidade reguladora, demitiu-se dessa função. Não podemos esquecer a alínea j, do ponto n.º 2 do artigo 3º do Estatuto da OE: "Fomentar o desenvolvimento da formação e da investigação em Enfermagem, pronunciar-se sobre os modelos de formação e a estrutura geral dos cursos de Enfermagem". Mais objectivo do que isto, impossível!

A Bastonária alertou, também, para as consequências nefastas do "boom de escolas de Enfermagem" e para a impossibilidade de ser manter a actual situação! (Todos nós, Enfermeiros, sabemos que a raíz da maior parte dos nossos males é o excesso de oferta de profissionais. As suas consequências são múltiplas: desemprego, salários baixíssimos e incompatíveis com as nossas funções, falta de poder reivindicativo, humilhação no seio multi-profissional, más condições de trabalho, desmotivação, diminuição da auto-estima e auto-realização, precarização laboral, etc...)

Um discurso populista é óptimo, mas aguarda-se aquilo que todos pretendem: medidas concretas! A viragem de discurso - pelo menos - já é um ponto positivo, e se a OE se juntar às força de 55 mil Enfermeiros, estou certo que o futuro será promissor!

2 - Os incentivos dos profissionais de saúde das USF's geraram as maiores discussões e controvérsias. Muito se disse e se escreveu sobre isto: que os médicos ficariam arredados dos mesmos, que os incentivos dependeriam da performance institucional e clínica, etc...
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Pelo meio houve ainda lugar para as habituais "pérolas": a FNAM (Federação Nacional dos Médicos) afirmou publicamente no Jornal Tempo Medicina que não "abdicaria do princípio da proporção relativos à diferenciação técnico-científica dos vários profissionais na atribuição desses incentivos", enquanto, simultâneamente, a OE e Sindicatos de Enfermagem defendiam a equidade dos mesmos! Ou seja - para ser mais objectivo - a intenção da FNAM era que os Enfermeiros auferissem valores inferiores aos dos médicos (independentemente do montante atribuído a estes, o importante era ser superior ao dos profissionais de Enfermagem)!
a
O acordo está à vista: os incentivos já não dependerão da performance institucional e clínica! Os restantes pormenores deverão ser conhecidos em breve.
O Sindicato de Enfermagem (SE), por seu lado, argumenta que este acordo é pobre, pois "não estando determinados os quantitativos dos tais incentivos financeiros, expressos em números de euros", tudo isto não passa de "um punhado de areia atirado aos nossos olhos e de quem estiver a olhar para esta problemática". Afirma ainda que a sua proposta era mais ambiciosa e minorava as desigualdades entre Médicos e Enfermeiros, pois o proposto no DL 298/2007 de 22 de Agosto atribuía "quatro mil e quatrocentos e setenta euros mensais, (4.470,00€) mensais, rotulados de suplementos, para médicos e, somente, novecentos euros (900,00€) para enfermeiros".

3 - A Ministra da Saúde afirmou que está a ser estudada "a possibilidade de alguns atendimentos e triagens, nos Centros de Saúde, serem efectuados por Enfermeiros". Esta questão está a ser analisada conjuntamente com a OE.

4 - Um dos piores receios: a criação da figura do paramédico está ser equacionada em Portugal! No nosso país, os Enfermeiros podem assumir perfeitamente esse papel!
Existem, actualmente, Enfermeiros suficientes para evitar evitar a criação dessa figura. Mais grave será se as respectivas funções seguirem os moldes de alguns países, que neste momento retrocedem a esse nível, reatribuindo novamente aos Enfermeiros esse papel!
Ainda mais grave: existem colegas a promover esta situação! Aguarda-se uma posição firme da OE!
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5 - A Revista Visão deu ênfase à investigação realizadada pela Enfª. Ana Paula Cunhal Henriques (Especialista em Enfermagem de Reabilitação) no âmbito da sua tese de Mestrado (Mestrado em Medicina do Sono da Faculdade de Medicina de Lisboa).
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6 - A Revista EMHarmonia (edição 5.08) da Abbott - onde habitualmente são publicados diversos artigos de Médicos, Enfermeiros, Nutricionistas e outros profissionais - apresenta como artigo de capa um trabalho intitulado "Boas razões para um sono", onde o sites de Enfermagem são indicados como referência para aprofundar pesquisas sobre o tema (reconhecimentos dos Enfermeiros como provedores de conhecimento científico).
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7 - Recomendo três leituras rápidas: "O sentido da responsabilidade que a profissão exige, faz dos Enfermeiros pessoas diferentes" (Jornal Correio da Manhã) e "E quando o doutor não é o médico? E quando o doutor é o Enfermeiro?" (Academia Americana de Médicos de Família), assim como a posição relativa a este tema, da Associação Americana dos Colégios de Enfermagem (sigla traduzida à letra).
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8 - Por fim, a OE irá reunir com o Prof. Mariano Gago, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A reunião, "muito aguardada", e talvez uma das mais importantes para a classe, versará sobre:
> A adequação do Ensino Superior ao Processo de Bolonha e as suas implicações no ensino de Enfermagem;
> A necessidade de reorganizar a oferta formativa em Enfermagem.
A oportunidade de ouro para tentar resolver o maior problema dos Enfermeiros é já no dia 24 de Março!!
in Doutor Enfermeiro

quarta-feira, 19 de março de 2008

Escolas de Enfermagem, Alunos e QUALIDADE!!!

O aumento das escolas de Enfermagem, resultado de uma falsa premissa de que o "Ser Enfermeiro seria igual a ter um Emprego Seguro e Remuneratoriamente bom" trouxe consigo uma pressão adicional ao Governo que se traduziu numa desregulação Formativa.
Apesar de vários Alertas quer dos Profissionais, quer da própria Ordem, a situação continuou e agravou-se! Deste modo as Escolas e todo o seu percurso futuro depende de como estas se conseguirem adaptar à realidade emergente que já as condiciona!


Falamos de um futuro em que a Formação terá que dar um salto Qualitativo em vez de Quantitativo. Incluo aqui a necessidade que cada Escola deverá ter em querer Formar os melhores profissionais e as melhores Pessoas. Para que tal realidade aconteça teremos todos que parar e responsabilizarmos-nos pelos Estágios que Orientamos e pelas notas que atribuímos.

Esta premissa e modo de actuação permitirá, a meu ver uma diminuição (provável, ou não) das notas que cada aluno recebe, mas trará Enfermeiros mais exigentes e habituados a que exijam responsabilidades e competências. Aliado a tudo isto terá que acompanhar o Crescimento enquanto Cidadão e Pessoa.


Este esforço conjunto (Escola,Profissional, Aluno) ao nível do formação em estágios clínicos, fará com que a nota quantitativa vista hoje como uma meta seja substituída pela meta Qualitativa.

O nome das Escolas , ou melhor a fruto da sua Formação iniciou já um trajecto de um constante processo avaliativo por parte das instituições que contratam e as Escolas certamente caminham para o mesmo! Ou seja as melhores Escolas Sobrevivem! Faço porém um reparo pois a formação é distinto de média, Uma vez que algumas instituições actualmente discriminam já alunos de certas Escolas contratando incluisivé enfermeiros com menores médias (reparem as privadas)!


Deste modo o futuro de Enfermagem passará pela regulação da lei do mercado que arrastará consigo um aprimorar Formativo das Escolas! Ou seja os melhores (distingo aqui melhor de nota) e mais bem formados Alunos, terão emprego, cabendo aos restantes as consequências da lei do mercado desemprego.

Soluções?

1.
Aplicar o modelo de Desenvolvimento Profissional! Só assim a Ordem poderá regular de forma Organizada e com base nas necessidades da população o acesso à profissão.


2.Regular já a abertura de vagas para o Curso de Enfermagem que só se fará pela articulação Escolas(pelo menos enquanto o modelo não é aplicado). Isto evitaria o Canibalismo entre Escolas e mesmo Profissionais.

in Cogitare em Enfermagem

terça-feira, 18 de março de 2008

Metade dos enfermeiros sem lugar meio ano após o curso


Metade dos enfermeiros não conseguiu emprego na sua área de formação seis meses depois de ter terminado o seu curso, revela um inquérito feito pela Federação Nacional de Associações de Estudantes de Enfermagem (FNAEE) junto das cerca das 40 escolas de Enfermagem do país no final do ano passado.

Por ano saem das escolas de Enfermagem cerca de três mil licenciados. Porque não encontram emprego na sua área de formação, hoje é possível ver enfermeiros a trabalhar em lavandarias, caixas de supermercado, até como ajudantes de Pai Natal na última época festiva. E há quem tente não perder a prática frequentando intermináveis estágios profissionais não remunerados, afirma o presidente da FNAEE, Gonçalo Cruz.

Das respostas que obtiveram das escolas (19 responderam) é possível concluir que, a nível nacional, depois de três meses do final do curso, só 24 por cento tinham conseguido lugar. Após seis meses, eram 55 por cento. "O cenário geral até é positivo face aos casos particulares", continua o presidente da FNAEE. O mesmo é dizer que as médias de empregabilidade escondem situações piores, sobretudo no Norte do país, e também melhores, verificadas, por exemplo, em Lisboa, continua.

Mapa das escolas

A situação desigual encontra explicação no mapa da distribuição das escolas. Existem cinco para toda a Zona Sul, 12 na área de Lisboa e Vale do Tejo e 15 na Zona Norte. Não é por acaso que é no Norte que a situação de falta de emprego dos enfermeiros mais se agravou, defende.

No inquérito concluíram que, por exemplo, na Escola Supeiror de Enfermagem de Calouste Gulbenkian - Braga, dos 80 licenciados que saem por ano só cinco por cento conseguem emprego ao fim de três meses, número que sobe para 13 por cento ao fim de seis meses. Na Escola Superior de Saúde da Guarda, dos 40 licenciados, apenas quatro por cento estavam empregados três meses após o final do curso, número que era de 20 por cento passado meio ano. Na Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo, aos três e seis meses a percentagem de desempregados mantinha-se inalterável: rondava 16,6 por cento dos recém-licenciados. Nas escolas da capital, o cenário, apesar de tudo, é mais risonho: 35 por cento conseguiram emprego ao fim de três meses e 80 por cento ao fim de um semestre a seguir ao curso.

O crescendo de escolas e vagas não parou desde o momento em que foi criada a licenciatura em Enfermagem, em 1999, diz Gonçalo Cruz. Metade são privadas e as propinas mensais podem oscilar entre os 350 e os 500 euros.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) estima que haja no desemprego 2500 enfermeiros e há 15 mil em formação, o que significa que "o problema vai agudizar-se", defende a dirigente sindical, Guadalupe Simões. "No mínimo, era preciso colocar um travão e diminuir o número de vagas". Defende ainda que a decisão de aumentar o número de enfermeiros, embora seja função do Ministério da Ciência e Ensino Superior, também convém ao Ministério da Saúde porque assim "desvaloriza o trabalho de enfermagem".

Desde a segunda metade de 2007 que um novo fenómeno é sintoma da situação da classe. A falta de emprego leva a que muitos profissionais tentem fazer voluntariado ou estágios não-remunerados, diz. "Alguns hospitais estão ilegalmente a recebê-los", sublinha Guadalupe Simões, explicando que os enfermeiros têm estágios integrados no seu curso, não precisam de mais, e assim os hospitais evitam admitir profissionais pagos. Ao mesmo tempo, com a quantidade tão grande de alunos nas escolas, começa a ser muito difícil arranjar-lhes "estágios com qualidade" integrados no curso.

O pior é que dados do Ministério da Saúde, de 2004, davam conta da falta de 21 mil enfermeiros nos hospitais e 12 mil nos centros de saúde, lembra a dirigente. Entre 2003 e 2007 em todos os hospitais foram admitidos apenas 1100 profissionais.
In Jornal Público 14 de janeiro de 2008

segunda-feira, 17 de março de 2008

Nova Proposta?

Boa noite,
já foi divulgada a proposta remuneratória para a carreira de Técnico Superior prevista pela Lei dos Vínculos, Carreiras e Remunerações. Para a profissão de Enfermagem (supostamente a integrar nesta categoria), mesmo sendo negociada como carreira especial, é legítimo supor que seguirá uma linha de orientação salarial semelhante. Numa primeira análise é possível constatar que o topo salarial sofreu um aumento, ao contrário do ponto de entrada, que sofreu um retrocesso relativamente à antiga carreira de Técnico Superior.
A proposta é a seguinte:

quinta-feira, 13 de março de 2008

O balde estará ROTO?

As diversas entidades envolvidas na defesa e regulação da profissão de Enfermagem apelam constantemente à disponibilização e desbloqueio de novas vagas de acesso, para Enfermeiros, ao SNS. Simultaneamente, enquanto uma mão persegue este objectivo, a outra, por desleixo, perde o que a primeira tenta alcançar.

A substituição de Enfermeiros por outros profissionais é já demasiado evidente em vários sectores da Saúde, e encontra em todos nós uma passividade que nunca presumi ser possível. Alguns, mais atentos e inquietos, vão denunciando irregularidades várias, nomeadamente no que toca a usurpação de funções, sem que as referidas entidades arrostem esta questão de forma eficaz.
a
Sendo assim, será que o "balde" está irremediavelmente roto? Que estratégias desenvolver?
A indefinição do acto de Enfermagem é um dos argumentos que encobre estas tentativas de substituição que, à posteriori, se afirmam como perigosas para a segurança dos utentes.
A título de curiosidade, e como hoje é dia mundial do rim, a diálise é uma das áreas de actuação dos Enfermeiros que é acompanhada por orientações legislativas que, apesar de algumas inespecificidades, não deixam grandes margens para dúvidas (artº 241/2000):
a
"4 — As unidades periféricas [unidades de diálise] classificam-se, quanto aos cuidados prestados, em unidades de cuidados diferenciados e unidades de cuidados aligeirados.
5 — As unidades de cuidados diferenciados são unidades de hemodiálise em que os actos e as técnicas dialíticas são executados por enfermeiros.
6 — As unidades de hemodiálise de cuidados aligeirados são unidades de hemodiálise em que os actos e as técnicas dialíticas são executados pelos próprios doentes sob supervisão de enfermeiros e destinam-se exclusivamente a doentes com aptidão para efectuar hemodiálise com, pelo menos, três meses de ensino, treino e provas de aptidão favoráveis."

in Doutor Enfermeiro

segunda-feira, 10 de março de 2008

Última reunião....

Quando para a Ordem dos Enfermeiros (OE) é tudo tão complicado, para a Ordem dos Médicos (OM) a simplicidade é o lema diário (ver notícia do Jornal Expresso abaixo). Quando para a OE é tudo moroso, para a OM a rapidez é banal.
a
O problema é antigo mas de tão fácil resolução - a falta de qualidade dos muitos locais de "estágio" dos alunos de Enfermagem. Quando esta questão é colocada à OE, a resposta é composta por um conjunto de divagações, boas intenções e ausência de acções.
A OE reconhece o problema. E não é apenas mais um problema. É um dos maiores problemas da Enfermagem. Só isso. Medidas urgentes exigem-se .
A OE propôs reconhecer e certificar os campos de estágio que preencham determinados critérios qualitativos e quantitativos (no âmbito do MDP - Modelo de Desenvolvimento Pessoal), para que o ensino de Enfermagem se constitua ao mais alto nível. Até agora nada.

A OM, essa, não vai por meias medidas. Certificou a idoneidade de uma instituição privada para a formação de especialistas em Pediatria (que é o mesmo que dizer que mais nenhum privado tem autorização para formar médicos). Exigência e rigor acima de tudo. Bons profissionais exigem boas condições formativas. Isto é tão simples (mas complicado para algumas cabeças).
a
Enquanto uns não "brincam em serviço", a OE continua na sua jornada, lenta e contaminada pela inércia, a caminho de não sei muito bem o quê... entretanto, vamos assistindo à formação de Enfermeiros em creches, lares, escolas, infantários, casas de repouso e sabe-se lá mais o quê...

Aproveito para tomar a liberdade de aconselhar à OE um "estágio" na OM para ver se aprende como é que se fazem coisas, bem feitas de preferência, com rapidez, eficácia e eficiência.

Posto isto, resta-me referir que a OE teve uma reunião com um Engenheiro, não um qualquer, mas com o Primeiro Ministro (e Ministra da Saúde). Vai daí que nós, Enfermeiros, pensávamos que a Senhora Bastonária (e Companhia) iria abordar amplamente o tema que nos preocupa a todos nós: o desemprego causado pelo excesso de formação! Mais um puro engano. Outro.
No site da OE é possível ler que "o Senhor Primeiro Ministro assumiu o compromisso de reforçar as dotações de profissionais - nomeadamente enfermeiros - de acordo com as necessidades dos serviços de saúde, bem como de impedir que jovens Enfermeiros fiquem no desemprego". Isto não passa de uma asseveração ilusória e concebida para atirar mais uns grãozinhos de areia para os olhos de quem se esforça diariamente.
O que o senhor Primeiro Ministro (PM) afirmou foi que iria desenvolver "esforços" no sentido de incrementar o número de profissionais de saúde no SNS. Entediado, acrescentou ainda que era intenção do governo satisfazer as necessidades dos utentes...
A OE concluiu daqui que o PM iria impedir que os "jovens Enfermeiros fiquem no desemprego". Ora, a admissão de uma dúzia de Enfermeiros pode ser considerada como um incremento, politicamente falando.... faço-me entender?

a admissão Enfermeiros não resolve o desemprego, até porque as necessidades não são infinitas e eternas (e as vagas são escassas)... a redução do número de vagas nas Escolas dava algum jeito, não?
Como a OE passa os dias a dizer que esse assunto é do âmbito da tutela, houve quem supusesse que esta reunião seria fulcral para discutir esse aspecto, mas a OE... permaneceu ao seu nível: em silêncio! É um boa atitude, sim senhor, não haja dúvidas!!
O resto da reunião decorreu na linha das intenções mínimas esperadas pelos Enfermeiros...
a
Mas, sem dúvida, a grande surpresa ("recado" do Sindicato Independente dos Médicos - SIM) vem a seguir (clicar na imagem para ampliar e ler)!

sexta-feira, 7 de março de 2008

Enfermeiros no LIMITE!



"Ao Dr. Enfermeiro,
Aos Membros da Ordem (Orgãos Sociais Nacionais e Regionais,
Aos Sindicatos dos Enfermeiros SE, S.I.P.E (FENSE) e SEP
Aos Colegas,

Um dia Martin Luther King começou um discurso com uma frase histórica : I have a dream...
Os Enfermeiros deste País não terão futuro sem união. Debatemo-nos com problemas graves aos quais a Classe na sua maioria parece alhear-se.
O processo de Bolonha veio trazer novas incertezas à profissão. Quantos de nós sabem o que este processo implica? Master ou Bachelor? Uniformização dos Planos de Estudos? Como é possível que se estejam a preparar Enfermeiros Especialistas nos moldes do Processo de Bolonha em algumas Escolas e simultaneamente com base no modelo que todos conhecem, noutras? Parece-me necessário parar para pensar nesta e noutras discrepâncias.

A ordem dos Enfermeiros deveria primeiro definir convenientemente o Plano de Estudos do Curso Superior de Enfermagem e do Exercício profissional Tutelado e impô-los a todas as Escolas através do Ministério do Ensino Superior, a fim de se uniformizar a formação dos futuros Enfermeiros e até dos actuais.

Não se pode permitir que cada cabeça dite a sua sentença. Se os muitos Enfermeiros Europeus ficam satisfeitos com o título académico de bachelor (Bacharéis), os Portugueses não devem aceitar menos do que já têm há alguns anos, daí que master será o mínimo necessário.

Se a Ordem afirmar que não reconhecerá os títulos académicos não homologados e não aceites por Ela, para validar o título profissional talvez as Escolas de Enfermagem pensem duas vezes antes de aliciarem os alunos.

Caros Membros da Ordem, não basta falar informalmente com os membros do Governo sobre o assunto, é preciso apresentar uma proposta fidedigna que seja aprovada e aplicada uniformemente em todas as Escolas Superiores de Enfermagem, seja ao nível da Licenciatura (master) seja ao nível mais graduado de formação.

Se a força para implementar tais medidas não for suficiente alertem os Sindicatos dos Enfermeiros e eu tenho a certeza que todos eles darão o apoio necessário para que as mais elementares pretensões dos Enfermeiros não se percam nos bastidores do poder político.

Há outras reivindicações que são de âmbito sindical. Conhecêmo-las. Estão aliás bem patentes. São pretensões exclusivas da nossa classe que não me canso de repetir : Carreira de Enfermagem, tabela salarial, avaliação, especifidade da profissão de enfermagem, desgaste e penosidade do exercício profissional, para que o tempo de serviço e idade da reforma não sejam as que o Governo ditou à margem das negociações com sindicatos.

Caros colegas, corremos o risco de (como me disse um colega no seu modo humorista) andar a administrar a terapêutica aos doentes com o auxílio de um andarilho...

Estas são reivindicações nossas, de uma Classe com todos os requisitos para ser uma Classe com uma carreira Especial. Por isso eu não acredito em generalidades na luta,já que as especifidades da Profissão não se enquadram numa luta generalista em que a Enfermagem é só mais uma, num conjunto de muitas profissões.

Restringir a NOSSA LUTA ao que nos diz especificamente respeito seria a maior bofetada de luva branca que a Enfermagem daria a quem com responsabilidades de Governação se acha no direito de impôr unilateralmente disposições legislativas, atentatórias da nossa dignidade .

No calendário das formas de luta os Professores surgem isolados (70000) na sua greve e na sua manifestação. Os Enfermeiros no activo com nomeação definitiva ou com contratos de trabalho por tempo indeterminado, os Enfermeiros no desemprego, os Enfermeiros com contratos precários, pagos na sua maioria a preço de saldo, os alunos das Escolas de Enfermagem, não merecem eles também uma luta só deles? Por isso, eu contestei a amálgama desta luta massificada que nos ofusca a identidade de sermos Enfermeiros.

A sabedoria popular é pródiga em sentenças do senso comum: quando a esmola é muita o pobre desconfia.....Iluminou-se a alma de muitos Enfermeiros e a minha também, quando o SEP anunciou esta jornada de luta demonstrando o descontentamento da Classe; iluminou-se a alma de muitos de nós e a minha também, quando pensamos que a luta seria a NOSSA LUTA ; iluminou-se a alma de todos quando acreditamos que os sindicatos dos Enfermeiros SE e S.I.P.E. ((FENSE)) e SEP dariam as mãos nesta luta pela Enfermagem; obscureceu-se a alma da Enfermagem quando se deparou com uma luta conjunta com outros sindicatos, que não de Enfermeiros.

Porque esta luta é NOSSA e somos nós que a temos de LUTAR. Os Enfermeiros têm que reaprender a organizarem-se, sem dependerem de um conjunto, que embora muito digno, não LUTA nas nossas trincheiras específicas.
Os Enfermeiros têm de reaprender a ter a coragem que dá a força; Os Enfermeiros têm de reaprender que a intimidação e a propaganda do medo são a arma dos que nos querem amordaçar e derrotar, recusando-nos o direito de ter direitos. Os Enfermeiros têm de reaprender a unir esforços e vontades, em volta dos representantes sindicais. Os SINDICATOS DOS ENFERMEIROS têm de reaprender a dialogar, a unirem-se, a lutar pela Classe.

OE, SE, S.I.P.E. (FENSE) e SEP unam-se pela Enfermagem e aí sim eu direi: A Alma da Enfermagem voltou a sorrir.
Um abraço colegas.
Margarida de Barros"

quinta-feira, 6 de março de 2008

Desemprego em Enfermagem


Metade dos enfermeiros não conseguiu emprego na sua área de formação seis meses depois de ter terminado o seu curso, revela um inquérito feito pela Federação Nacional de Associações de Estudantes de Enfermagem (FNAEE) junto das cerca das 40 escolas de Enfermagem do país no final do ano passado.

Por ano saem das escolas de Enfermagem cerca de três mil licenciados. Porque não encontram emprego na sua área de formação, hoje é possível ver enfermeiros a trabalhar em lavandarias, caixas de supermercado, até como ajudantes de Pai Natal na última época festiva. E há quem tente não perder a prática frequentando intermináveis estágios profissionais não remunerados, afirma o presidente da FNAEE, Gonçalo Cruz.

Das respostas que obtiveram das escolas (19 responderam) é possível concluir que, a nível nacional, depois de três meses do final do curso, só 24 por cento tinham conseguido lugar. Após seis meses, eram 55 por cento. "O cenário geral até é positivo face aos casos particulares", continua o presidente da FNAEE. O mesmo é dizer que as médias de empregabilidade escondem situações piores, sobretudo no Norte do país, e também melhores, verificadas, por exemplo, em Lisboa, continua.

Mapa das escolas

A situação desigual encontra explicação no mapa da distribuição das escolas. Existem cinco para toda a Zona Sul, 12 na área de Lisboa e Vale do Tejo e 15 na Zona Norte. Não é por acaso que é no Norte que a situação de falta de emprego dos enfermeiros mais se agravou, defende.

No inquérito concluíram que, por exemplo, na Escola Superior de Enfermagem de Calouste Gulbenkian - Braga, dos 80 licenciados que saem por ano só cinco por cento conseguem emprego ao fim de três meses, número que sobe para 13 por cento ao fim de seis meses. Na Escola Superior de Saúde da Guarda, dos 40 licenciados, apenas quatro por cento estavam empregados três meses após o final do curso, número que era de 20 por cento passado meio ano. Na Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo, aos três e seis meses a percentagem de desempregados mantinha-se inalterável: rondava 16,6 por cento dos recém-licenciados. Nas escolas da capital, o cenário, apesar de tudo, é mais risonho: 35 por cento conseguiram emprego ao fim de três meses e 80 por cento ao fim de um semestre a seguir ao curso.

O crescendo de escolas e vagas não parou desde o momento em que foi criada a licenciatura em Enfermagem, em 1999, diz Gonçalo Cruz. Metade são privadas e as propinas mensais podem oscilar entre os 350 e os 500 euros.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) estima que haja no desemprego 2500 enfermeiros e há 15 mil em formação, o que significa que "o problema vai agudizar-se", defende a dirigente sindical, Guadalupe Simões. "No mínimo, era preciso colocar um travão e diminuir o número de vagas". Defende ainda que a decisão de aumentar o número de enfermeiros, embora seja função do Ministério da Ciência e Ensino Superior, também convém ao Ministério da Saúde porque assim "desvaloriza o trabalho de enfermagem".

Desde a segunda metade de 2007 que um novo fenómeno é sintoma da situação da classe. A falta de emprego leva a que muitos profissionais tentem fazer voluntariado ou estágios não-remunerados, diz. "Alguns hospitais estão ilegalmente a recebê-los", sublinha Guadalupe Simões, explicando que os enfermeiros têm estágios integrados no seu curso, não precisam de mais, e assim os hospitais evitam admitir profissionais pagos. Ao mesmo tempo, com a quantidade tão grande de alunos nas escolas, começa a ser muito difícil arranjar-lhes "estágios com qualidade" integrados no curso.

O pior é que dados do Ministério da Saúde, de 2004, davam conta da falta de 21 mil enfermeiros nos hospitais e 12 mil nos centros de saúde, lembra a dirigente. Entre 2003 e 2007 em todos os hospitais foram admitidos apenas 1100 profissionais.
In 'Público de 14 de Janeiro de 2007

MOBILIZAÇÃO PRECISA-SE



"Ó São Precário, protegei-nos a nós, precários da Terra, fazei com que nos paguem subsídio de maternidade, protegei as funcionárias dos centros comerciais, os anjos dos call center, concedei aos falsos trabalhadores independentes subsídio de férias e reforma, rendimentos para todos e serviços gratuitos, livrai-os dos despedimentos malignos.(...)"
Assim começa uma reportagem na revista VISÂO desta semana intitulada "Geração em saldo". Nesta reportagem é descrito que a Licenciatura em Enfermagem é o 4º no ranking nacional de Licenciados desempregados! (não na versão online mas na revista). Não é novidade, bem sei, mas é sempre bom não esquecer. Eu não esqueço, outros não esquecerão, mas alguns fazem ouvidos moucos ou fingem não querer reconhecer...

Mudando de assunto, quero lembrar que neste preciso momento em que escrevo estas palavras, está a decorrer uma das maiores manifestações de Profes dos últimos tempos. Em Braga estão concentrados mais de um milhar de profes com velas na mão e vestes negras de luto. O site da FENPROF anuncia uma concentração ultramegagrande(!!) para o próximo dia 08 de Março em Lisboa. Meus amigos, esta federação de sindicatos de Profes faz parte da CGTP, tal como o SEP! Terão eles maior poder de mobilização? Terão os profes mais razões que nós para estarem descontentes? NÃO ME PARECE! Então será que somos nós burros e gostamos de ser espezinhados? PARECE QUE SIM!

Senhores do SEP e do SE tirem ideias capazes de mobilizar os Enfermeiros a nível nacional, não em pequenos nichos dispersos. Façam um estágio (não remunerado, claro!) na FENPROF e DESPERTEM DE UMA VEZ ! Esta imoperância vai ter um custo elevado para todos os Enfermeiros Portugueses. Melhor, já estamos a pagar!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Morte à VISTA!

Apesar da notória evolução académica da nossa profissão, não existem mudanças na prática. Pelo Contrário. Cada vez somos mais submissos e dependentes dos médicos. Vejam a publicação do Decreto-Lei dos ACES!
Nem um mísero paracetamol podemos administrar sem indicação médica! Cá fora, é um medicamento não sujeito a receita médica (MNSRM), qualquer um pode comprar e gerir as sua administração! Inclusive os Enfermeiros! Cá fora. Lá dentro, já não somos os mesmos!
A inércia da OE é estupidificante! Dificilmente as situação tomará outro rumo.
Esta OE acredita piamente na idiotice de um rácio que já tem moscas em volta! Com muitos ou poucos Enfermeiros no desemprego, isso é irrelevante!
Quando todas as outras outras ordens e organizações profissionais defendem a prudência na formação de mais profissionais, tomando medidas para refrear a formação atendendo às condições do mercado de trabalho, a OE não!
Nem a OE, nem tão pouco o "atordoado" SEP (que com uma divisa roubada aos comunistas mais ferrenhos, "obrigam" agora os Enfermeiros a marcharem martelo e foice na mão, e t-shirt do Che Guevara)!

Andam milhares de Enfermagem à cata de um mísero emprego, implorando porta a porta, e o Rui Santos e amigos querem "luta", vejam só! Estes ignorantes não percebem nada de mercado, da lei da oferta/procura e respectivas consequências! Milhares e milhares de Enfermeiros lutam pelo seu emprego instável e estes "marmelos" acham que é verosímil que os "Enfermeiros abandonem as USF's" se não forem satisfeitas as suas pretensões!!
Por favor "rapaziada", e que tal abandonar o vosso delírio?
Não há emprego para os Enfermeiros.... ninguém vai arriscar o seu lugar!
Já reparou que os Enfermeiros já só se contentam com o facto de ter um emprego mal pago e fedorento!

Os salários subiram? Não. Desceram.
O acesso à profissão melhorou? Não. Há milhares de desempregados.
Os cuidados melhoraram? Não.
A estabilidade laboral melhorou? Não. Piorou.
A visibilidade social incrementou? Não.
A classe está mais motivada? Não. (Motivação já não está no dicionário dos Enfermeiros...)
O gozo e usufruto dos direitos dos Enfermeiros melhorou? Não.

De uma penada só, desceram os salários, passaram a poder usar e abusar dos Enfermeiros e deitá-los "ao lixo", quando não precisam deles. Puramente descartáveis.
O Ministério também agradece. Independentemente das condições propostas aos Enfermeiros, haverá sempre quem aceite. Nem que seja trabalhar de borla!

Tomem nota: mesmo que se reduza a formação de Enfermeiros a zero já, o problema do desemprego não se resolverá nos próximos 10 anos! E mesmo assim, aconselho o SEP a "motorizar-se", pois não vão ter bicicletas para todos!

A Enfermagem poderia ser uma profissão estimulante com perspectivas de um futuro brilhante, não fossem os dirigentes de algumas organizações de Enfermagem uns mentecaptos sem inteligência e visão!

A Enfermagem deixou de ter dignidade desde que se tornou um negócio que alguns vão explorar até ao tutano! O IFE (Instituto de Formação em Enfermagem), por exemplo, oferece férias na compra de livros... O que alguém se esqueceu é que com os salários miseráveis dos Enfermeiros nem livros dá para comprar (quanto mais estatuto e visibilidade social!)... in "Doutor Enfermeiro"


domingo, 2 de março de 2008

A actual situação de Enfermagem...


Deixo-vos este Link para lerem a reportagem na sua totalidade, os comentários deixo para vocês (para mudar de página, p.f. "clicar" nos números de paginação visualizáveis no canto superior esquerdo da mesma). in "Doutor Enfermeiro"

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Dia de mudança!

Começo por me apresentar, meu nome é Marco Veríssimo, tenho 20 anos e frequento o 3ºano da licenciatura de Enfermagem. É com receio e preocupação que vejo o futuro da profissão "Enfermagem". Além de não termos grande reconhecimento social (somos vistos como "aqueles" que dão picas, o copinho de medicação e muitas das vezes os "limpa rabos"), parece que nimguém ou muito pouca gente está realmente interessado em mudar esta imagem de uma vez por todas. É necessário mostrar para além dos dados estatísticos que somos extremamente necessários e imprescindíveis. Temos de lutar pelos nossos direitos e não desistir. Já ouviram falar de auto-valorização? Preseverança? Espírito de luta? É essa a imagem que queremos passar, é essa a imagem que queremos que a nossa Ordem passe ao Governo actual e que se inicie uma nova era. Só queremos que sejam tomadas boas medidas para o futuro da Enfermagem. Por tudo quanto é lado não faltam opiniões e soluções para esta problema, muitas podem nem ser viáveis, mas é preciso ouvi-las, é preciso encontrar uma solução.


Senão " ENFERMAGEM QUE FUTURO?"