segunda-feira, 10 de março de 2008

Última reunião....

Quando para a Ordem dos Enfermeiros (OE) é tudo tão complicado, para a Ordem dos Médicos (OM) a simplicidade é o lema diário (ver notícia do Jornal Expresso abaixo). Quando para a OE é tudo moroso, para a OM a rapidez é banal.
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O problema é antigo mas de tão fácil resolução - a falta de qualidade dos muitos locais de "estágio" dos alunos de Enfermagem. Quando esta questão é colocada à OE, a resposta é composta por um conjunto de divagações, boas intenções e ausência de acções.
A OE reconhece o problema. E não é apenas mais um problema. É um dos maiores problemas da Enfermagem. Só isso. Medidas urgentes exigem-se .
A OE propôs reconhecer e certificar os campos de estágio que preencham determinados critérios qualitativos e quantitativos (no âmbito do MDP - Modelo de Desenvolvimento Pessoal), para que o ensino de Enfermagem se constitua ao mais alto nível. Até agora nada.

A OM, essa, não vai por meias medidas. Certificou a idoneidade de uma instituição privada para a formação de especialistas em Pediatria (que é o mesmo que dizer que mais nenhum privado tem autorização para formar médicos). Exigência e rigor acima de tudo. Bons profissionais exigem boas condições formativas. Isto é tão simples (mas complicado para algumas cabeças).
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Enquanto uns não "brincam em serviço", a OE continua na sua jornada, lenta e contaminada pela inércia, a caminho de não sei muito bem o quê... entretanto, vamos assistindo à formação de Enfermeiros em creches, lares, escolas, infantários, casas de repouso e sabe-se lá mais o quê...

Aproveito para tomar a liberdade de aconselhar à OE um "estágio" na OM para ver se aprende como é que se fazem coisas, bem feitas de preferência, com rapidez, eficácia e eficiência.

Posto isto, resta-me referir que a OE teve uma reunião com um Engenheiro, não um qualquer, mas com o Primeiro Ministro (e Ministra da Saúde). Vai daí que nós, Enfermeiros, pensávamos que a Senhora Bastonária (e Companhia) iria abordar amplamente o tema que nos preocupa a todos nós: o desemprego causado pelo excesso de formação! Mais um puro engano. Outro.
No site da OE é possível ler que "o Senhor Primeiro Ministro assumiu o compromisso de reforçar as dotações de profissionais - nomeadamente enfermeiros - de acordo com as necessidades dos serviços de saúde, bem como de impedir que jovens Enfermeiros fiquem no desemprego". Isto não passa de uma asseveração ilusória e concebida para atirar mais uns grãozinhos de areia para os olhos de quem se esforça diariamente.
O que o senhor Primeiro Ministro (PM) afirmou foi que iria desenvolver "esforços" no sentido de incrementar o número de profissionais de saúde no SNS. Entediado, acrescentou ainda que era intenção do governo satisfazer as necessidades dos utentes...
A OE concluiu daqui que o PM iria impedir que os "jovens Enfermeiros fiquem no desemprego". Ora, a admissão de uma dúzia de Enfermeiros pode ser considerada como um incremento, politicamente falando.... faço-me entender?

a admissão Enfermeiros não resolve o desemprego, até porque as necessidades não são infinitas e eternas (e as vagas são escassas)... a redução do número de vagas nas Escolas dava algum jeito, não?
Como a OE passa os dias a dizer que esse assunto é do âmbito da tutela, houve quem supusesse que esta reunião seria fulcral para discutir esse aspecto, mas a OE... permaneceu ao seu nível: em silêncio! É um boa atitude, sim senhor, não haja dúvidas!!
O resto da reunião decorreu na linha das intenções mínimas esperadas pelos Enfermeiros...
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Mas, sem dúvida, a grande surpresa ("recado" do Sindicato Independente dos Médicos - SIM) vem a seguir (clicar na imagem para ampliar e ler)!

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